TDAH é um transtorno neuropsiquiátrico, caracterizado basicamente por distração, inquietação e dificuldade com o controle inibitório, manifestada por impulsividade comportamental e cognitiva. TDAH é a condição crônica de saúde de maior prevalência em crianças em idade escolar. Estima-se que 5 a 8% da população em idade escolar pode ter TDAH. Aproximadamente 2% dos adultos podem sofrer de TDAH. Em 50% das crianças com TDAH, os sintomas persistem quando adultos.
Quais são os principais sintomas?
Os que envolvem desatenção: dificuldade em prestar atenção a detalhes ou errar por descuido em atividade escolares e profissionais; dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra; não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, domésticas ou deveres profissionais; dificuldade em organizar tarefas e atividades; evitar, ou relutar, em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante; perder coisas necessárias para tarefas ou atividades; ser facilmente distraído por estímulo alheios à tarefa; apresentar esquecimento em atividades diárias.
Os que envolvem hiperatividade: agitar as mãos, os pés ou se mexer na cadeira; abandonar a cadeira em sala de aula ou em outras situações nas quais se espera que permaneça sentado; correr ou escalar em demasia em situações nas quais isto é inapropriado; dificuldade em brincar ou envolver-se silenciosamente em atividades de lazer; estar frequentemente “a mil” ou muitas vezes agir como se estivesse “a todo vapor”; falar com demasia.
Os que envolvem impulsividade: frequentemente dar respostas precipitadas antes das perguntas terem sido concluídas; apresentar constante dificuldade em esperar sua vez; frequentemente interromper ou se intrometer em assuntos de outros.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico deve ser realizado por um profissional da área da saúde (psicólogo, neurologista ou psiquiatra) e o sujeito deve apresentar pelo menos 6 dos sintomas de desatenção e/ou hiperatividade. É importante considerar a duração, frequência e intensidade dos sintomas, assim como o grau de prejuízo destes. A avaliação diagnóstica deve envolver os pais, a criança e escola (professores).
Existem tipos diferentes de TDAH?
TDAH com predomínio de sintomas de desatenção;
TDAH com predomínio de sintomas de hiperatividade/impulsividade;
TDAH combinado.
Quais os prejuízos para o portador de TDAH?
Os prejuízos envolvem: baixo desempenho escolar/profissional, dificuldade nos relacionamentos, baixa autoestima, interferência no desenvolvimento educacional e social, predisposição a outros distúrbios psiquiátricos. É comum o TDAH estar ligado a outras doenças? Sim, as comorbidades mais comuns são: transtorno de conduta e transtorno opositor desafiante, depressão, transtornos de ansiedade, abuso e/ou dependência de drogas.
Quais os tratamentos disponíveis?
Medicamentoso: estimulantes, antidepressivos, anti-hipertensivos, estabilizadores do humor, antipsicóticos;
Terapias: psicoterapia, abordagem psicopedagógica, fonoaudiológica, coaching e intervenções psicossociais.
Qual o prognóstico?
Acreditava-se que o TDAH melhorava no final da adolescência. Entretanto, 30% a 70% apresentarão TDAH na idade adulta, altos índices de reprovação escolar, índice piorado quando associado a outros transtornos. Adultos com passado de TDAH podem apresentar quadros de impulsividade, alcoolismo e/ou uso de drogas, problemas com a justiça, transtorno de personalidade ou personalidade antissocial, transtorno do humor, transtorno de ansiedade, esquizofrenia. Fique atento diante de alguém com algum destes sintomas e procure ajuda profissional. Quanto antes diagnosticar e tratar, melhor o prognóstico.